Amigo

Amigo

Se você tem esse endereço eletrônico é porque é mais do que bem vindo

Com certeza você me ensinou a escrever

me ensinou a apreciar a boa literatura, a filosoia e a canção

participou de meus primeiros rabiscos

valorizou minha alma vertida em palavras

certamente você esteve presente em momentos importantes

poéticos ou frustrantes, pacificos ou revolucionários

provavelmente já escreveu comigo ou ao meu lado

já leu alguma coisa minha e me pediu mais

ja me incentivou e ja me corrigiu

você já fez sarau, caretas, fofocas e confidencias comigo

e eu já te amei ou ainda te amo

e você sabe que nossa distancia não é nada

e você sabe que odeio computador

e você sabe que nunca publiquei e que não creio que o acesso a internet me faça poeta

você sabe que não tenho um grande valor literário

mas que valorizo a literatura

você sabe que um dia gostei que você me leu

e que quero ler você

você sabe que escrevo por necessidade, porque faz parte de mim

e que me envergonho de ter me distanciado tanto disso

você sabe que não tenho estilo

só paixão

Você sabe que você cabe em cada uma das palavras anteriores

Prazer em recebê-lo.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A alma na aba do nosso mar

Lua radiante cristalina
Rainha do céu estrelado
Faiscante vigia
Vigia cá embaixo

Observa os prédios
Suas televisões ligadas
Em cada janela vazia de horizonte
As ruas bandidas
 As sarjetas escuras
O lixo, o bicho, o homem

Observa o tráfego
As luzes agressivas dos faróis
Observa
Os meninos abusando da noite
As garotas abusando dos meninos,
O homem, a mulher, o bicho

Mas olha mais atentamente e vê
Duas almas pulsantes
Sob o refletor sublime de tua luz
Valsam em desassossego
Na marginalidade de um telhado esquecido

Cá embaixo, os beijos,
Os suspiros, o corpo arde
As almas dançam
Os sorrisos são figurino obrigatório
O chapéu é charme

Sob a aba do teu chapéu me escondo do luar
 Me perco em beijos gozosos, suspiro
O firmamento vai cair sob nossas cabeças
Mas eu estou sob a aba do teu chapéu de palha
Entendendo a sinceridade da malandragem
Procurando o coração da malandragem
Cutucando o malandro
Brincando com fogo
Sob a aba do teu chapéu de palha

“Seu Zé quando vem das Alagoas
Toma cuidado com o balanço da canoa”

Sou iaô de Iemanjá
De balanço na água eu entendo
Tu vem com a aba de teu chapéu
e eu vou com o balanço do mar

“Seu Zé
Faça tudo que quiser, Seu Zé
Só não maltrate o coração dessa mulher.
Na maré alta ele vem e vai embora
 Na maré baixa ele vem é pra ficar”

Vou fazer ebó de manjar branco com leite de coco
Pra Oiá baixar a maré
E aqui te deixar


Sob o luar, sob a aba do teu chapéu, sob o balanço do mar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário