Amigo

Amigo

Se você tem esse endereço eletrônico é porque é mais do que bem vindo

Com certeza você me ensinou a escrever

me ensinou a apreciar a boa literatura, a filosoia e a canção

participou de meus primeiros rabiscos

valorizou minha alma vertida em palavras

certamente você esteve presente em momentos importantes

poéticos ou frustrantes, pacificos ou revolucionários

provavelmente já escreveu comigo ou ao meu lado

já leu alguma coisa minha e me pediu mais

ja me incentivou e ja me corrigiu

você já fez sarau, caretas, fofocas e confidencias comigo

e eu já te amei ou ainda te amo

e você sabe que nossa distancia não é nada

e você sabe que odeio computador

e você sabe que nunca publiquei e que não creio que o acesso a internet me faça poeta

você sabe que não tenho um grande valor literário

mas que valorizo a literatura

você sabe que um dia gostei que você me leu

e que quero ler você

você sabe que escrevo por necessidade, porque faz parte de mim

e que me envergonho de ter me distanciado tanto disso

você sabe que não tenho estilo

só paixão

Você sabe que você cabe em cada uma das palavras anteriores

Prazer em recebê-lo.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Alcei voo para alcançar o imprevisível
para me lançar no oceano do destino
mas me convenci de que não há imprevistos na natureza
A natureza define causas, objetivos e consequências
com equilíbrio e exatidão
Lançado no ar, o pássaro
pode prever os golpes de vento
pelo movimento das folhas das árvores
pode prever a precipitação pela umidade nas penas
pelo bailar e a densidade das nuvens
prevê o perigo da pedrada
pelo barulho das crianças no solo
prevê o predador pelo silêncio da fome
tudo é previsível
 e assim o pássaro sabe que
se o vento o desviar do caminho
a chuva atrapalhar sua rota
a pedra lhe acertar as asas
ou o predador o alcançar
a falha foi dele!
 E de sua desatenção a natureza das coisas

Desatenta e desanuviada
deslizando no céu
um golpe de vento me pegou
e me lançou de encontro a nuvens negras
a chuva encharcou maldosa minhas asas e cai
na queda uma pedra estilingou-me a asa direita
e a atravessou
caída em solo lamacento
dolorosa e paralisada
sinto agora a espreita uma serpente
se aproximando silenciosa de seu banquete.

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