Amigo

Amigo

Se você tem esse endereço eletrônico é porque é mais do que bem vindo

Com certeza você me ensinou a escrever

me ensinou a apreciar a boa literatura, a filosoia e a canção

participou de meus primeiros rabiscos

valorizou minha alma vertida em palavras

certamente você esteve presente em momentos importantes

poéticos ou frustrantes, pacificos ou revolucionários

provavelmente já escreveu comigo ou ao meu lado

já leu alguma coisa minha e me pediu mais

ja me incentivou e ja me corrigiu

você já fez sarau, caretas, fofocas e confidencias comigo

e eu já te amei ou ainda te amo

e você sabe que nossa distancia não é nada

e você sabe que odeio computador

e você sabe que nunca publiquei e que não creio que o acesso a internet me faça poeta

você sabe que não tenho um grande valor literário

mas que valorizo a literatura

você sabe que um dia gostei que você me leu

e que quero ler você

você sabe que escrevo por necessidade, porque faz parte de mim

e que me envergonho de ter me distanciado tanto disso

você sabe que não tenho estilo

só paixão

Você sabe que você cabe em cada uma das palavras anteriores

Prazer em recebê-lo.

segunda-feira, 27 de março de 2017

Quizzes

14/10/2015 16h

Hoje estava me sentindo cansada e perdida, como tenho me sentido sempre aliás, nos últimos 14 ou 15 meses, mas isso conto em outro momento, se é que haverá outro momento.
Enfim, sou tão má contista quanto sou má poetisa, isso dado eu dizia... estava me sentindo fatigada quando resolvi fazer aqueles testes virtuais estilo Capricho para me distrair de minha distração e preguiça lancinantes.
Claro que agora preciso dizer que tenho trinta anos, o que para alguns vai explicar a citação da Capricho e para muitos não diz nada. Capricho era uma revista teenager, prima rica da Atrevida, que liamos e discutíamos depois entre as garotas na sala de aula. Oh! Que jurássico! Mas sim, querido leitor, leitora, seja lá quem está perdendo seu tempo comigo, eu não tinha facebook, não tinha whatssap, cara! Eu não tinha internet! Eu sabia as coisas pela TV e me atualizava no mundo jovem pela revista Capricho e era isso que discutíamos em sala de aula, além, claro! Dos temas de “Atualidades” para as redações argumentativas e nas aulas de filosofia.
Nestas revistas sempre tinha um Teste sobre sua personalidade, seu futuro, seu namorado ou seus amigos. Era a parte mais divertida da revista e que durava muitas semanas de conversa na comparação entre seus resultados e das amigas, eu inclusive, era do tipo que refazia o teste milhares de vezes para comprovar o resultado, o que só tornava minha vida mais difícil, posto que eu não podia marcar a caneta na própria revista as respostas, pois isso poderia alterar uma futura tentativa.
 Então a coisa funcionava assim: você respondia a umas dez ou quinze perguntas com quatro alternativas cada, você precisava ter em mãos um bloquinho, caso a revista não fosse sua ou como eu, você esperava refazer os testes mais tarde, então marcava as alternativas no bloco. Dai vinha a contagem: as letras a valiam 3, as b, 2, as c 1 e as d 0, bem, dai você somava tudo e obtinha um resultado, então ia ate os textos finais onde averiguava em qual opção seu resultado se encaixava e lia, algo muito parecido com um zodíaco sabe? Nada realmente muito bom ou muito ruim, eram coisas tipo: de 0 a 20, você é uma amiga fiel, de 20 a 40, você é uma amiga companheira, porém corajosa (sim! Não é só na internet que há problemas de gramática!) de 40 a 60... e assim por diante.
Mas agora temos a internet, o facebook e tudo isso e eu, para me distrair, comecei a abrir vários testes deste estilo Capricho: Qual sua cor neste momento? Quão resistente você é? O que seus amigos dizem de você? Qual herói da Marvel você seria? Aliás, não chamam mais testes, são “Quiz”, e felizmente não preciso marcar no bloquinho ao lado as alternativas, basta ir clicando nas opções favoritas que no fim ele calcula a resposta sozinho! E se torna até mais divertido repetir o teste, pois, ao contrário da revista, você não pode ler os outros resultados se realmente não obtiver os outros resultados!
Mas, caríssimo leitor, a grande razão para escrever sobre tudo isso é que, quando eu preenchia os testes há mais de quinze anos, eu sabia qual opção marcar para perguntas como: Você é mais realista, otimista ou pessimista? Você se considera mais inteligente, criativa, dedicada, corajosa ou sincera?
Aos quinze eu era a Dori, otimista e com certeza dedicada, sincera, muito inteligente e criativa e com certeza corajosa! Não tinha medo de nada! Hoje ao responder, não me sentia sequer pessimista, como se eu não tivesse o direito de pensar maus agouros sobre os acontecimentos da vida, fatalmente não podia marcar otimista, afinal, não vejo nenhuma possibilidade iminente de melhora em quaisquer das áreas de minha vida, e seria mentira dizer que sou realista, pois creio mesmo não estar conseguindo há muito tempo distinguir a realidade, da verdade e ambas da necessidade, creio mesmo que vivo alucinada, num mundo de alucinados.
Não creio me mais inteligente ou criativa, nada do que tenho feito demonstra tais qualidades, na verdade quase não tenho feito nada, o que com certeza prova que não sou dedicada como imaginava.
Quando eu estava trabalhando -  ah é!, estou desempregada. Uma informação importante para que você não me julgue uma funcionária relapsa no meio do expediente de uma quarta feira resolvendo testes, ops, perdão! Quizes (esse plural existe?) -  eu era dedicada! Dedicada aos meus alunos, a acrescentar a eles o máximo de capacidades possíveis para crescerem, eu parecia muito dedicada, para onde foi toda essa dedicação? Parece que nada mais vale a minha dedicação daquela maneira... Sincera? Ah eu sou muito grossa isso sim! Mas preciso confessar que já menti, para mim mesma várias vezes, por medo inclusive, o que nos leva a ter a certeza de que coragem me falta em tudo!

Sabe, quando eu não tinha internet, era uma época em que eu tinha possibilidades! Eu poderia me tornar o que quisesse, eu tinha qualidades e ainda podia contar com as surpresas da vida... maldita internet! 

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