Não sei como começar
Sinto lhe tão meu
E ao mesmo tempo tão etéreo
Me prometeu certa vez que nunca iria embora,
Mas demorei a perceber que nunca esteve aqui,
Sempre cuidei para não te machucar
E isso me colocou no lugar de fera
Que talvez eu seja
Fera solitária e megera no topo da cadeia alimentar ...
Mas fui tola, mal percebi que não posso machucar quem não se deixa tocar
Tinha tanta certeza de possui lo
E esqueci de verificar o quão vãs eram suas palavras
Eram escritas na areia e não firmadas sob o selo da cera quente
Jamais abriu espaço para mim
E meu instinto me preservou desse lugar estrangeiro em que me manteve
Palavras doces inebriavam meus sentidos
A pele quente derretia as gélidas camadas alvas que me revestiam
Mas por fim
Sua idolatria que me enfeitiçou como a Narciso
Era idolatria de deuses de barro
Falsas estatuetas num altar que não existe
Uma deusa vazia
Mendicante
Trêmula e frágil
Que você insiste em manter distância.
Ah falso profeta!
Falso súdito!
Falso servo!
Enfadonha dialética que se repete.
Nunca te tive de verdade
E tenho um frio vazio aterrorizante no meio do peito
De medo de te perder.
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