Amigo

Amigo

Se você tem esse endereço eletrônico é porque é mais do que bem vindo

Com certeza você me ensinou a escrever

me ensinou a apreciar a boa literatura, a filosoia e a canção

participou de meus primeiros rabiscos

valorizou minha alma vertida em palavras

certamente você esteve presente em momentos importantes

poéticos ou frustrantes, pacificos ou revolucionários

provavelmente já escreveu comigo ou ao meu lado

já leu alguma coisa minha e me pediu mais

ja me incentivou e ja me corrigiu

você já fez sarau, caretas, fofocas e confidencias comigo

e eu já te amei ou ainda te amo

e você sabe que nossa distancia não é nada

e você sabe que odeio computador

e você sabe que nunca publiquei e que não creio que o acesso a internet me faça poeta

você sabe que não tenho um grande valor literário

mas que valorizo a literatura

você sabe que um dia gostei que você me leu

e que quero ler você

você sabe que escrevo por necessidade, porque faz parte de mim

e que me envergonho de ter me distanciado tanto disso

você sabe que não tenho estilo

só paixão

Você sabe que você cabe em cada uma das palavras anteriores

Prazer em recebê-lo.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Sobre a peça Epístola .40

Sua poesia é como um soco profundo na boca do estomago
Que irradia de dor por todos os lados e não te dá o gosto da esperança que cessa
Tiro de ponto quarenta no meio do coração pulsante
Estilhaços de alma
Muitas almas sem nome
Que passam enroscadas pela garganta com gosto de angústia
Depois que a ponto quarenta explode do cano não tem como recolher
Vai certeira no meio da testa da ingenuidade, da esperança,  da poesia
Poesia tridimensional mastigada com afeto entre línguas, boca, saliva apaixonada dos artistas, sob as luzes perfeitas da favela da fantasia
Ponto quarenta que explode no meio dos olhos
Cegando os fantasmas da labuta diária... não se vê a fome, a miséria, o favelado, a PEC, o golpe, o despejo... não se vê o frio, a homofobia, o racismo, o menino indígena esfaqueado, a criança que gosta de bailar e o pai mata, o estudante que pensa e o progenitor assassina,
Hoje durmo com o gosto amargo

Da maravilhosa poesia ponto quarenta no travesseiro...

Um comentário: