Amanhece...
Algodão
Macio... como nuvens sob meus pés...
E doce... hum... tão doce!
Açúcar de amor que derrete na umidade da língua
Escorrega suave garganta adentro
Invade o peito...
Calor
A brisa está gelada e faz
O amor tremular como a chama de uma vela acesa
Não é dúvida, é medo de se entregar de novo
Bebi delicadamente cada gota de carinho nas últimas horas
Gestos simples que ficarão na memória pra sempre
A palma da mão no meu rosto, o encaixe perfeito no seu ombro,
As palmadas de leve no seu peito me chamando pra si....
Beijos inéditos
E a vontade de unir nossos corpos por puro amor
O carinho umedece os olhos, a boca, o entrecoxas, as intimidades
Os olhos brilham, a respiração sincroniza
Depois desritma ...
Irremediavelmente ...
Estamos no topo da roda gigante
No topo do mundo
Com gosto de algodão doce na boca
O último beijo na cozinha com gosto de café
Depois o último de verdade na porta
Com gosto de saudades
E mais um, o arremate, no topo da escada
Com gosto de morte shakespeariana.
Mas você me promete vida.
Contemplo sua nuca, cheirosa, se afastando de mim
sorrio, brilho...
e desejo ardentemente
Nunca mais te fazer triste.