Amigo

Amigo

Se você tem esse endereço eletrônico é porque é mais do que bem vindo

Com certeza você me ensinou a escrever

me ensinou a apreciar a boa literatura, a filosoia e a canção

participou de meus primeiros rabiscos

valorizou minha alma vertida em palavras

certamente você esteve presente em momentos importantes

poéticos ou frustrantes, pacificos ou revolucionários

provavelmente já escreveu comigo ou ao meu lado

já leu alguma coisa minha e me pediu mais

ja me incentivou e ja me corrigiu

você já fez sarau, caretas, fofocas e confidencias comigo

e eu já te amei ou ainda te amo

e você sabe que nossa distancia não é nada

e você sabe que odeio computador

e você sabe que nunca publiquei e que não creio que o acesso a internet me faça poeta

você sabe que não tenho um grande valor literário

mas que valorizo a literatura

você sabe que um dia gostei que você me leu

e que quero ler você

você sabe que escrevo por necessidade, porque faz parte de mim

e que me envergonho de ter me distanciado tanto disso

você sabe que não tenho estilo

só paixão

Você sabe que você cabe em cada uma das palavras anteriores

Prazer em recebê-lo.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Branco velho

Um ser marcado pelo tempo
Curvado pelo peso do trabalho
De olhos claros e víividos
Com a alma alimentada
Pelo sorriso das crianças
Carregando pedaços de sonhos
Azuis e cor de rosa
Chegando num trem barulhento
Lento azul e velho
Cheirando a saudades
A personificação de um interior paulista
Repleto de aconchegos, sinos de igreja
Praças principais e coretos e trens
Trens de ferro, trens de fumaça
Trens de passado
Não parece que vivemos no mesmo instante
Nem que nos movimentamos
Na velocidade real
Aquele senhor,
Tenho quase certeza,
Caminhava em câmera lenta
E estava pintado de preto e branco
Só com suas nuvens de algodão doce
Colorindo o céu cinza.

(para o senhor que vende algodão doce no trem de Jundiai – São Paulo)

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